terça-feira, 31 de julho de 2012

Espelho quebrado

Era ali onde vivia. Onde tudo acontecia. Onde sorria, mas não chorava. Ali criava sua ilusão e nela se espelhava.

Dedicava-se a criar e acreditar em sombras na caverna de Mark Zuckerberg. Era uma especialista em diversos assuntos (afinal, quem não é?). Ao longo do dia desfilava todas as qualidades em sua timeline: comentarista esportiva, defensora dos animais, polemista, noveleira, religiosa, filósofa, fofoqueira, fotógrafa, modelo, humorista, filantrópica, culta, moralista e acima de tudo um exemplo.

Entre murais, compartilhamentos, likes e comentários descobriu uma cutucada inesperada. Estava sendo traída.

A menina virtual não encontrou outra solução. Aquela vida pela qual tanto se dedicava deveria acabar: cometeu o facebookcídio.

Um comentário:

Giuliano Gimenez disse...

passando os olhos, ou melhor:
vadiando por aí!

abraço