sexta-feira, 12 de março de 2010

A aliança

Ele estava nervoso. Ela não. O nervosismo era definido pela intenção carregada por ele e desconhecida por ela.
Estranhou, mas não desconfiou. Não era do feitio dele chamá-la para jantar invés de convidá-la para beber. Não se vestiu costumeiramente como um maloquêro. Em sua cabeça já estava tudo bolado (sem referência nenhuma às drogas). Daquela noite não passava.
Chegaram ao restaurante, daqueles que os amigos mais velhos sempre comentavam mas eles nunca tinham ido. Ele demorou em juntar a grana do jantar, esse foi um dos motivos da demora. Um dos pequenos motivos dentre vários (e maiores).
Tinha até reservado mesa, motivo para que ela se admirasse ainda mais. Puxou a cadeira para ela sentar-se. Velas na mesa. Pedem o jantar.
Durante a conversa ficaram meio sem assunto. Ele só pensava em uma coisa, que não poderia falar naquele momento.
Ao término do jantar em si ele propõe um Champagne. Ela discorda. Queria uma bera bem gelada. Depois da cevada ele faz sinal para o garçom. Ele traz duas taças e uma delas contém uma aliança no fundo.
Ela não vê e nada fala. Ele também não, ao chegar no final ela perceberia. Ela bebe devagar. A agonia aumenta. Ele soa frio já na metade da taça. Parecia que uma eternidade já passara ali. E restava ainda a outra metade da taça e uma outra eternidade.
Repentinamente ela vira a taça num só gole, se engasga com a aliança e morre.

Objetivo alcançado: matar a noiva aparentemente por acidente (e antes de casar).

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Tal qual 2009, neste ano peço desculpas aos poucos mas fiéis leitores. Eu tentei, juro que tentei, mas não dá. Como o Brasil meu blog só funciona depois do carnaval mesmo.
Falando em Carnaval... sempre imaginei que o CRÉU era o limite. Mas vem um novo carnaval e me surpreendo novamente com a bola da vez. O rebolation!

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Infelizmente terei que voltar a moderar comentários. Venho recebendo uns spams meio vírus (ou seria o contrário?).