quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O(s) cachorro(s)

Ele fica sempre ali quietinho. Não late pra nada, não late pra ninguém. Às vezes parece nem estar ali, só olhando para o além. Sempre foi dócil e vive sem reclamar, sem rosnar. Sem protestar, sem nada.
Quando o chefe chega ele pula de alegria. Fica acordado durante o dia e pela noite repousa. Acorda sempre bem cedo. Quando chega um estranho ele tem medo. Até mesmo dos conhecidos.
Esse não morde e também não ladra. Pra brincar lhe jogam uma lata ou garrafa. Quando está faminto, ração. Vez em quando um pão. Ele é tão dócil e ninguém sabe a razão disso. Vai pro serviço e não se informa. Conhece a política, mas não a transforma. Nem mesmo no próximo dia 03 vai buscar a reforma.


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Com a devida autorização de mim mesmo, aproveito para divulgar meu trabalho como jornalista. Neste mês foi publicada uma matéria que escrevi para a revista do Crea-Pr. Para acessar clique Aqui.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Lágrimas

Cem anos. Cem anos de lágrimas, aperto no coração, agonia e ao final, alegria. Cem anos de raça, luta, suor, e lágrimas, sempre lágrimas.
Cem anos de uma história recheada de histórias. História cheia de lágrimas. Lágrimas cheias de tristeza e lágrimas cheias de alegria.
Lágrimas de tristeza derramadas ao longo de cada um dos 23 anos. Lágrimas de alegria derramadas ao acabar com o jejum em 7 segundos.
Lágrimas de alegria ao ver a massa invadir o Maracanã. Lágrimas de tristeza ao ver o título se esvair.
Lágrimas de alegria por um pênalti perdido na libertadores. Lágrimas de alegria por uma decisão por pênaltis no mundial.
Lágrimas de alegria por anos sem vencer o time do rei. Lágrimas de alegria por uma obra de arte pintada por Marcelinho, um majestoso gol feito no próprio filho do rei, e aplaudido em pé por vossa majestade.
Lágrimas de tristeza por um título perdido para meninos pedaladores. Lágrimas de alegria por 7 gols contra apenas um do adversário, com show do nosso argentino raçudo.
Lágrimas de tristeza ao disputar a série B. Lágrimas de alegria por subir com muita raça no ano seguinte.
Lágrimas pelos nossos craques, nossos doutores, nossos talismãs, nossos pés de anjo, nossos democráticos, nossos goleiros roqueiros e pegadores de pênalti, zagueiros precisos e de poucas faltas, laterais rápidos e fortes, volantes descontraídos e cabeludos, atacantes endiabrados, raçudos e fenomenais.
Jogadores que sempre nos proporcionaram lágrimas, algumas tristes, claro, todos os times passam por isso. Mas acima de tudo o time mais brasileiro nos proporcionou cem anos de lágrimas alegres acompanhadas de sorrisos. E com muito orgulho bato no peito e digo o que sou: Corinthiano, maloqueiro e sofredor. Graças a Deus!