quarta-feira, 9 de julho de 2008

Telemarketing 1

O telefone me acorda às 10 horas da manhã em um belo dia de férias. Assustado e não muito bem humorado levanto da cama quentinha pra atender ao telefone:
- Bom dia eu poderia estar falando com o Sr. Guilherme?
(Ele não sabe que me meu nome é com “Y”).
- É ele.
- Bom dia Sr. Guilherme. Devido ao bom relacionamento que o Sr. tem com o nosso banco nós estamos oferecendo uma nova promoção ao Sr.......
Grande parêntese: (Detalhe importante: certo dia, sem pedir absolutamente nada, fui presenteado com um cartão do tal banco, da mesma forma que fui premiado com esta ligação. Como não solicitei absolutamente nada, nem mesmo desbloqueei o cartão. Mesmo assim o rapazote que tem no mínimo cinco anos a mais que eu e me chama de “Sr. Guilherme” insiste em dizer que eu tenho uma “boa relação” com o “nosso” banco).
- ...nós estamos oferecendo uma promoção ao senhor em que o senhor investe no nosso banco uma quantidade simbólica de 20 R$ pela duração de 60 meses. Com essa promoção de capitalização você recebe dois números de seis dígitos e concorre toda semana a sete sorteios de R$ 7.000,00. Se você for sorteado, o seu título será resgatado automaticamente, recebendo 100% da Provisão de Capitalização. Se até o final do título você estiver com o pagamento em dia você resgata tudo que pagou......
Ele fala sem respirar, para que eu não tenha tempo de pensar sobre o que ele está falando. De certa forma está dando certo. Mas estou pensando em como vou dizer “não” a ele.
-......Para confirmar a sua participação na nossa promoção eu preciso apenas confirmar alguns dados do Sr., Sr. Guilherme.
Penso que essa é a hora. Essa é a hora em que sou obrigado a acabar com os sonhos dele. Eu poderia dizer logo de inicio que não queria nada, e que não tenho relação alguma com o banco “dele”. Mas acho que seria muita indelicadeza, falta de educação e consideração. Com o coração na mão disparo:
- Desculpe-me, mas não tenho interesse em participar da promoção.
Ele me questiona:
- Mas por que não senhor Guilherme?
Eu tento fazer com que a história acabe por aqui, mas que não seja nada muito traumático:
- Nenhum motivo em particular!
Mas ele prefere a forma mais difícil:
- Mas porque senhor Guilherme? O senhor não gosta de ganhar dinheiro?
- Não! Não gosto não. Odeio ganhar dinheiro.
- Ókei, obrigada.

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