terça-feira, 29 de março de 2016

Canção do Exílio Curitibana


Minha terra tem pinheiros,
Onde canta o Plá;
Os pombos, que aqui rodeiam,
Gostam muito de cagar.

Nosso céu é mais cinza,
Nossas vagas, menos flores.
Nossos shoppings têm mais vida,
Nossa vida vendedores.

Em andar, sozinho, à noite,
Mais nazis encontro lá;
Minha terra tem preconceitos,
Que dão vontade de chorar.

Minha terra tem bolores,
que não dá pra evitar;
Tem neblina toda noite,
Muita umidade no ar;
Minha casa tem goteiras,
enquanto a chuva não parar.

Não permita deus que eu morra,
Sem a neve eu avistar;
Sem a Avenida das Torres
um dia desengarrafar;
que eu não morra de vergonha,
se me obrigarem a falar.

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